martes, octubre 24, 2006

Indubitavelmente duvidoso de duvidar sobre tal dúvida. Parte IV

"Consta que parte dos nossos falhanços em matéria de progresso se deve a uma putativa falta de ambição genética. Em Portugal, contentamo-nos com pouco. Dizemos demasiadas vezes que o óptimo é inimigo do bom, quando isso só raramente faz sentido (...). Combater esta característica que nos inebria requer empenho e convicção. Não sendo propriamente excitante, viver assim, com objectivos modestos, expectativas baixas, tudo sob controlo, enfim, pode ser tentador. Digamos que um sueco ou um alemão (va, um espanhol) não corre tanto perigo como nós de cair na tentação de viver encostado a esta placidez que nos ilumina os dias (nem os deixam, tão-pouco). É certo que mais do que a atmosfera que se respira à nossa volta, o melhor escudo contra o conformismo (...) é a nossa própria natureza. Só que essa, como o nome indica, já nasce connosco. Não se cria e dificilmente se altera. Ora, a natureza da generalidade dos portugueses - fruto do clima, do paternalismo do Estado, da qualidade do vinho, sei lá bem - sucumbe logo à sereia do facilitismo.



E, no entanto, o discurso de sobrolho carregado que apela a um maior grau de exigência e ambição do bom povo português já soou melhor que hoje. Os seus autores, como se deve ter reparado, esquecem-se frequentemente de dar o exemplo. De resto, há um grave problema de discurso neste país. Uma espécie de desrespeito instituído pelo acto de comunicar, independentemente do destinatário ser a população inteira, a equipa com que trabalhamos ou apenas uma pessoa a quem, por qualquer razão, devemos explicações. Instalou-se a ideia de que tornar as nossas palavras em actos, fazer tudo ao nosso alcance para que isso aconteça, é meramente opcional, secundário. Diz-se e depois vê-se. A palavra é usada de forma cada vez mais leviana. Pior: é usada de forma leviana sem que isso signifique correr grandes riscos, porque esperar que ela seja cumprida também é um costume que já caiu em desuso. Os políticos estão longe de ser os únicos culpados por esta distorção, que não é bem demagogia, mas uma farsa generalizada que todos aceitam praticar com maior ou menor grau de lucidez. É como se a língua portuguesa tivesse sido substituída por publicidade enganosa sem ninguêm dar por isso. A sociedade aprendeu a viver com o não cumprimento da palavra e praticá-lo no dia-a-dia. Os sintomas são, entre outros, a falta de pontualidade, a falta de planeamento, a falta de organização, a falta de confiança e, no final, o desencorajamento e a letargia. A doença não mata mas mói, até mesmo os mais determinados.



Os portugueses contentam-se com pouco (...)."



By Francisco Camacho in "NS'"
12 de Outubro de 2006

jueves, octubre 19, 2006

The weather for tomorrow: Periods of rain, 20 degrees Celsius with winds SSW, 6.

martes, octubre 17, 2006

OS GRANDES PORTUGUESES!


Eu já fiz a minha escolha... O Emplastro!

Há quem diga Catarina Furtado, há quem prefira o ex Presidente Jorge Sampaio, e calculo que até possa haver quem prefira a Floribela! Conta tudo como votação!

Pois bem, tendo em conta que a votação é feita por aspectos vários tais como a representatividade que essa pessoa tem no país (qualitativa e quantitativa), opiniões públicas que arrecadou, feitos ou proezas, etc., o Emplastro tem um potencial elevadíssimo.

A patetice inerente e inata do senhor fez com que ignorantemente chegasse às luzes da ribalta. Apesar do curto espaço de tempo, ganhou uma dentadura nova e chegou aos ouvidos de (calculo) quase a totalidade do povo português. Puseram-no nos lugares mais inóspitos tais como detrás da Mona Lisa num quadro do Leonardo da Vinci, atrás do Jim Morrisson numa das fotos mais conhecidas do falecido cantor, no meio do Iraque a transportar um ferido, no antigo Egipto, num discurso do Ossama Bin Laden,... E no mais inóspito de todos: o Herman SIC!

Mas o Emplastro tornou-se num animal de estimação para a televisão (que agora foi abandonado porque já passou de moda, como é natural) e num entretenimento para a grande maioria dos portugueses, i.e., o vulgo.

O vulgo que também é pateta, mas não é a patetice de uma demência, mas sim uma incrustada ingorância de sorriso tonto e descabido. O vulgo é uma "Floribela", uns "Morangos com Açúcar" um "Às duas por três", uma SIC Parade, uns "Malucos do Riso", uma revista "Maria", notícias sensacionalistas, uma "Jura", ou qualquer outro programa que promova promiscuidade desenfreada, filosofías baratas e histórias de desgraças desgraçadas em desgraço. O vulgo é a maioria da função pública que percebe da sua função tanto quanto um mendigo, aqueles dos call centers que têm uma formaçãozeca de um par de horas, os pseudo-aspirantes a "homens importantes", o construtor civil self made man, e toda e qualquer pessoa que veja assíduamente pelo menos dois dos programas acima mencionados.

Pois quem melhor que o Emplastro para representar e engrandecer o Povo de Portugal? Ao menos a personagem não tem mácula para poder ter vergonha. Um exemplo de ingénua humildade e ignorância.



Conduta social por um punhado de trocos

Arrumador: s. m., aquele que arruma;
pessoa que indica nos parques de automóveis, teatros, cinemas, etc. , os lugares a ocupar pelas viaturas ou pelos espectadores;


Não sei se o significado encontrado no dicionário virtual se refere ao arrumador actual comum, ou àqueles homens aprumados que se encontram à entrada de um daqueles hotéis algo mais dispendiosos do que o aceitável para o homem comummente assalariado. Pelo sim, pelo não, é o arrumador do vulgo que se referencia neste post.


Pois bem, o arrumador do presente é aquele tipo de homem (na generalidade) que se encontra no meio da rua, i.e., como as prostitutas: cada um disputa por um lugar fixo. Agora lembrei-me! Até me admira ainda não haver o "proxeneta dos arrumadores"! Seria aquele espécimen sempre sóbrio que faria a negociação. Porque na verdade nos arrumadores existe sempre duas características comuns: ebriedade e toxicodependência avançada.


Ainda hoje estava a arrumar o carro no parque em frente ao Monumental, num dos VINTE lugares livres, mas lá estava ele, de jornal enrolado em punho como se se tratasse de um daqueles controladores com a sinalética na mão a indicar no meio da pista o caminho a seguir por um avião. Mas neste caso sem tanta veemência pois o jornal era agitado lentamente, sempre cara o chão.


Mas continuando, ao ver aquela amostra fiz o que faço sempre: franzi a cara como quem diz que não tem dinheiro numa tentativa de fazer com que desistisse do serviço mal prestado. Mas lá continuou ele, como continuam todos. Saí do carro, tirei a carteira da mala, abri o porta moedas e olhando para as minhas duas moedas de 1€, fiz de conta que não tinha nada, e disse-lhe que ficava para depois do café, que aí talvez já tivesse trocos. Ele como se tivesse sido contratado para alí estar disse-me: "pode ir, pode ir", como se estivesse de facto a ganhar o seu salário ao fim do mês, de forma tão convincente que me fez olhar para ele por segunda vez, hesitando umas fracções de segundo, até perceber a ridicularidade da situação.


Haverá uma nova conduta social? Estaremos limitados a tratar com graciosidade esta escória, sendo a punição por falta de conduta uns gastos extra em pintura para esconder o risco que nos fizeram no carro? É assim tão errado manda-los "à puta que os pariu" porque nos pedem dinheiro para além da roubalheira que os cabrões da EMEL nos pedem no parquímetro?


E por falar em EMEL...


Para quem usufrui das máquinazinhas, já repararam que os sacanas têm periodos mínimos de 30 minutos a cobrar, ora 28 cêntimos ora 31 cêntimos dependendo dos sítios. Mas também ja repararam que as máquinas não aceitam moedas de 1 e 2 cêntimos? Ora têm de pagar 30 cêntimos, ora têm de pagar 35 cêntimos, respectivamente. Não dão troco...
"De grão a grão, vai a galinha ao papo"

viernes, octubre 06, 2006

How to save some water?


Lesson number one: While brushing your teeth