Já algumas vezes me dignei como cidadã que sou de Portugal a ouvir com atenção alguns debates e entrevistas que se fazem durante campanhas eleitorais. De todos eles saía com uma sensação de ter dado um salto no tempo, no sentido em que tivera perdido minutos a fio assistindo a discursos que não me tinham enriquecido ou esclarecido em ponto algum.
Quando fui acumulando este tipo de "campanha televisiva" no meu currículo apercebi-me que sempre que se faz a um dos candidatos perguntas específicas de resposta difícil por falta de conhecimentos ou de sinceridade desaconselhada, respondem sempre no mesmo registo vago, ou contorneando-o com histórias de embalar fazendo alusão a casos que podem ser semelhantes ou dubiamente paralelos.
Todos eles falam e discutem ardilosamente entre si, ou pelo menos assim o dão a entender aos mais sentimentalistas, acusam e são acusados de demagogia, como se essa palavra estivesse em liquidação total. São ensinados a combater em modo de diálogo e a ter expressividade gestual. Será que é assim que de facto é a política? O certo é que nunca ninguém argumentou contra a própria demagogia de discurso deles, nem ninguém teve a ousadia de dizer que toda aquela parafernália de palavras não passam de uma autêntica palhaçada: têm direito de antena para expor os seus argumentos, no entanto nunca ninguém fica realmente esclarecido.
Será a política uma Gentlemen's League, uma ordem como por exemplo a dos engenheiros, onde depois de todo o espectáculo montado se juntam em salas com quadros de antigos aristocratas, se sentam nos seus sofás de orelhas, a fumar um bom charuto cubano e com o whisky de malte com duas pedras de gelo apoiado no braço do sofá?
Como ex-militante-orgulhosa do PSD onde percebi como se fabricam autênticos políticos, devo dizer que talvez esteja na altura de me remeter ao meu low-profile de votante e acomodar-me ao facto de ter de viver em sociedade paralela à dos políticos.
Quando fui acumulando este tipo de "campanha televisiva" no meu currículo apercebi-me que sempre que se faz a um dos candidatos perguntas específicas de resposta difícil por falta de conhecimentos ou de sinceridade desaconselhada, respondem sempre no mesmo registo vago, ou contorneando-o com histórias de embalar fazendo alusão a casos que podem ser semelhantes ou dubiamente paralelos.
Todos eles falam e discutem ardilosamente entre si, ou pelo menos assim o dão a entender aos mais sentimentalistas, acusam e são acusados de demagogia, como se essa palavra estivesse em liquidação total. São ensinados a combater em modo de diálogo e a ter expressividade gestual. Será que é assim que de facto é a política? O certo é que nunca ninguém argumentou contra a própria demagogia de discurso deles, nem ninguém teve a ousadia de dizer que toda aquela parafernália de palavras não passam de uma autêntica palhaçada: têm direito de antena para expor os seus argumentos, no entanto nunca ninguém fica realmente esclarecido.
Será a política uma Gentlemen's League, uma ordem como por exemplo a dos engenheiros, onde depois de todo o espectáculo montado se juntam em salas com quadros de antigos aristocratas, se sentam nos seus sofás de orelhas, a fumar um bom charuto cubano e com o whisky de malte com duas pedras de gelo apoiado no braço do sofá?
Como ex-militante-orgulhosa do PSD onde percebi como se fabricam autênticos políticos, devo dizer que talvez esteja na altura de me remeter ao meu low-profile de votante e acomodar-me ao facto de ter de viver em sociedade paralela à dos políticos.